terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

A doutrina das Bruxas


Ouça agora a palavra das bruxas

Os segredos que escondemos na noite

Quando a escuridão era o caminho do nosso destino

Que agora nós trazemos à luz

Misteriosos água e fogo

A terra e o ar que circunda a tudo

Pela quintessência oculta nós os conhecemos

E desejamos, mantemos o silêncio e ousamos

O nascimento e o renascimento de toda a natureza

A passagem do inverno e da primavera

Compartilhamos com a vida universal

Regozijando-se no anel mágico

Por quatro vezes ao ano o Grande Sabbat

Retorna e os bruxos são vistos

Nos Lammas e nos Candlemas dançando

No dia de maio e no antigo Halloween

Quando se igualam o dia e a noite

Quando o sol se encontra em seu ápice e seu ponto mais baixo

Encontram-se para os Sabbats menores

E mais uma vez os bruxos celebram em festa

Treze Luas de prata no ano

Assim como treze são os membros dos Covens

Treze vezes no Esbat com alegria

Para cada ano mais um dia

O poder foi passado através das eras

A cada vez entre a mulher e o homem

De um século a outro

Desde o começo dos tempos e das eras

Quando o círculo mágico é formado

Pela espada, athame ou poder

Seu centro reside entre os dois mundos

Na terra das sombras daquele momento

Este mundo não tem deste modo, o direito de conhecê-lo

E o mundo do além também nada dirá

E os mais antigos deuses são aqui invocados

E o grande trabalho de magia é realizado

Pois dois são os pilares místicos

Que ficam as portas dos templos

Assim como dois são os poderes da natureza

As formas e as forças divinas

A escuridão e a luz em sucessão

Os opostos um no outro

Apresentados como Deus e Deusa

Disto falavam os nossos ancestrais

Á noite ele é o cavaleiro do vento indomável

O chifrudo, o senhor das sombras

Durante o dia ele é o rei das florestas

O habitante das florestas verdejantes

Ela é jovem ou idosa, como lhe agradar

Ela navega por entre as nuvens em sua barca

A dama do brilho prateado da meia-noite

A anciã que tece encantamentos na escuridão

Senhor e Senhora da magia

Que habitam nas profundezas da mente

Imortais e sempre renovadas

Com o poder de libertar ou de prender

Então beba do vinho dos antigos deuses

E dance e ame em sua honra

Até que sejamos recebidos nas belas terras de Elphame

Em paz no final de nossos dias

E faça o que quiser, este será o desafio

Assim como no amor que a ninguém possa prejudicar

Pois esse é o único mandamento

Seguimos a fio, para que a magia dos antigos possa se manifestar

Oito palavras a doutrina das bruxas respeita:

Sem nenhum mal causar, faça o que você desejar!

Doreen Valiente - 1978

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