terça-feira, 2 de julho de 2013

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Façanhas da Adolescência de CuChlainn


Certo dia, Sualtam e Dechtire falaram ao seu filho acerca dos famosos rapazes de Emuin Machae, que Conchabar via jogar quando ele próprio não jogava ou bebia a caminho da cama. CuChulainn perguntou a Dechtire se podia ir ver os rapazes.
- "Deves esperar até que um guerreiro de Ulster possa ir contigo." respondeu-lhe.
- "Quero ir agora." disse CuChulainn.
- "Que caminho devo seguir?"
- "Vai para norte." respondeu a sua mãe, "mas toma muito cuidado, pois o caminho esta cheio de perigos."
- "De qualquer maneira, irei." disse CuChulainn, tendo partido com as suas armas de brinquedo, uma minúscula espada e um escudo; levou também o seu aléu (parecido com o taco) e a bola, esperando poder jogar com os rapazes de Emuin Machae.
Em Emuin dirigiu-se diretamente para o campo de jogos, sem ter pedido primeiro a proteção dos outros jogadores. Os rapazes ficaram furiosos perante esta falta de cortesia, pois toda as pessoas conheciam as regras de comportamento no campo de jogos.
Disseram-lhe para sair do campo e arremessaram-lhe cento e cinqüenta; cada uma delas ficou cravada no minúsculo escudo de CuChulainn. Lançaram-lhe, violentamente cento e cinqüenta bolas, cada uma das quais ele recebeu no peito. Atiraram-lhe depois cento e cinqüenta aléus, mas ele apanhou-os todos.
CuChulainn estava furioso os cabelos puseram-se em pé e os olhos faiscaram de tanta raiva. Um dos olhos fechou-se até ficar do tamanho do fundo de uma agulha, enquanto o outro se abriu no tamanho de uma tigela. O grande jovem guerreiro perdeu a cabeça.
O rei Conchobar estava jogando xadrez quando nove dos rapazes fugiram com CuChulainn a persegui-los ardorosamente. Cinqüenta já estavam fora da contenda, prostrados onde ele os abatera. "Isto não e desporto", gritou Conchobar.
- "São eles os maus desportistas," respondeu CuChulainn. "Pois eu queria juntar-me aos seus jogos e eles tentaram expulsar-me do campo."
- "Como te chamas?" perguntou Conchobar.
- "Chamo-me Setanta, filho de Sualtam e da tua irma Dechtire."
- "Por que razão," perguntou Conchobar "não pediste proteção aos outros jogadores?"
- "Não me ensinaram as regras." respondeu CuChulainn.
- "Então, aceitaras a proteção do teu tio?" perguntou Conchobar.
- "Aceitarei," disse CuChulainn, "mas uma coisa vos peço, que me seja permitido encarregar-me da proteção dos depois cento e cinqüenta rapazes." Conchobar concordou e todos eles safaram-se do campo de jogos. Os rapazes que CuChulainn prostrara levantaram-se a vista do seu novo herói.
Pouco depois do episódio do campo de jogos, relatado por Fergus, CuChulainn viu-se envolvido em outras aventuras ainda mais heróicas.
Culaan, o ferreiro, convindou Conchobar para uma festa. Apenas alguns podiam acompanhar o rei do Ulster, pois o ferreiro tinha apenas a riqueza proporcionada pelas suas mãos tenazes. Portanto, só os cinqüenta campeões favoritos mais velhos puderam acompanhar Conchobar. Antes de deixar Emuin, o rei fez uma visita ao campo de jogos para se despedir dos rapazes.
CuChulainn estava sozinho a jogar contra os cento e cinqüenta rapazes, e estava ganhando. Quando eles tentavam atingir o objetivo com as suas bolas, CuChulainn defendia e parava cada uma delas. Depois, na luta greco-romana, levou-os ao chão; além disso, todos os cento e cinqüenta rapazes não conseguiram dominá-lo.
Conchobar ficou admirado perante as façanhas de seu sobrinho e perguntou aos seus homens se CuChulainn viria a tornar-se um grande guerreiro e a realizar atos heróicos semelhantes e todos eles concordaram que assim seria. "Vem conosco para a festa de Culaan", disse Conchobar.
- "Vou terminar os jogos" respondeu CuChulainn, "e seguirei depois."
Na festa, Culaan, o ferreiro, perguntou ao seu real convidado se estavam todos presentes. "Sim", respondeu Conchobar, esquecendo do seu sobrinho, "e estamos prontos para comer e beber."
- "Bem, então", disse o ferreiro "vamos fechar as portas e divertir-nos, o meu cão guardara o gado que está nos campos. Nenhum homem lhe escapará, pais são necessárias três correntes para prendê-lo, e três homens para cada corrente."
Entretanto, a rapaz estava a caminho da festa e para se divertir ia atirando a bola ao ar e em seguida acertava-lhe com aléu, também atirava a sua lança para a frente e corria para a apanhar antes que tombasse no chão.
Quando entrou no pátio de Culaan, o ferreiro, o cão avançou em sua direção. A agitação foi ouvida por Conchobar e seus homens, que viram pelas janelas como CuChulainn lutava com a cão de mãos vazias. Agarrou-o pela garganta e pelas costas e fé em bocados contra uma coluna.
CuChulainn foi convidado a entrar. "Estou contente par atenção a tua mãe", disse Culaan, "pelo fato de estares vivo. Mas aquele cão protegia todos os meus haveres, e agora tenho que substituí-lo."
- "Não se preocupe," disse CuChulainn, "criarei para si um cachorro da mesma raça, e até que ele esteja suficientemente grande para guardar a sua propriedade, eu próprio serei a seu cão de guarda."
- "Então, CuChulainn, a partir de agora passaremos a chamar-te, "O Cão de Caça de Culaan", disse Conall.
- "Tais foram às proezas de um rapaz de seis anos." disse Conall. "Que enormes façanhas podemos esperar agora dele com os seus dezessete anos?"

O Nascimento de CuChulainn


No tempo em que Conchobar era rei do Ulster, nome dado a uma das quatro províncias históricas da Irlanda, seus capitães viram um bando de aves que se alimentavam das ervas da planície junto de Emuin Machae. Os guerreiros eram caçadores de aves e partiram nos seus carros perseguindo-as até onde quer que elas pudessem levar.

Dechtire tomou as rédeas do carro do seu irmão, o rei Conchobar e mais nove carros, partiram pela planície atrás das aves. Uma corrente de prata ligava as aves aos pares, e estas voavam e cantavam tão bem que os homens do Ulster se sentiam encantados.

Logo o entardecer aproximava-se e os homens procuraram um abrigo, pois estava a nevar. Foram bem recebidos numa cabana por um homem que lhes deu de comer e de beber, e, ao cair da noite, os homens do Ulster estavam bem ale­gres. O seu hospedeiro anunciou que a sua mulher estava prestes a dar a luz e pediu a Dechtire para ajudar. Os ho­mens trouxeram um par de potros da neve, e ofereceram ao menino que Dechtire estava a acariciar.

Na manhã seguinte, os homens des­pertaram e viram apenas o menino e os seus potros, pois as estranhas aves e a cabana tinham desaparecido; estavam exatamente a leste de Bruig. Regressa­ram a Emuin Machae, onde o rapaz cresceu e depois de alguns anos adoeceu e repentinamente e veio a falecer. Dechtire chorou amargamente a morte do seu filho adotivo. Então, pediu água e foi­-lhe dada uma tigela de cobre, mas sem­pre que a levava aos lábios uma pe­quena criatura saltava da água para a sua boca, nada vendo cada vez que olhava para a tigela.

Certo dia, o sono de Dechtire foi interrompido por um sonho do homem numa casa-fantasma. Ele disse que seu nome era Lugh, filho de Ethniu, que a tinha atraído

a casa e que ela era agora portadora da semente do seu filho: o menino iria chamar-se Setenta (CuChulainn, pronuncia-se Cu-hu-lim) e receberia os dois potros que só a ele estavam destinados.

Quando os homens de Ulster viram que Dechtire estava com a criança, perguntaram se o pai poderia ser o próprio Conchobar, pois o irmão e a irmã dormiam lado a lado. Mas, o rei livrou-se do embaraço, prometendo a sua irmã em casamento a Sualtam, filho de Roech.

No entanto, Dechtire sentia-se mortificada por ter que dormir com seu esposo, quando já trazia dentro si o filho de outro homem. Assim, numa noite que estava só, esmagou o bebê que tinha no ventre. Logo em seguida Dechtire engravidou de novo e nasceu CuChulainn, o filho de Sualtam.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

A lenda das Amazonas no Brasil


Em torno de 400 a 600 anos atrás, existiu na região Amazônica, próximo às cabeceiras do rio Jamundá, um reino formado somente de mulheres guerreiras, conhecidas como Icamiabas, isto é, mulheres sem homens ou ainda mulheres sem maridos e, uma terceira interpretação, mulheres escondidas dos homens.. Mas há outra designação, também encontrada no rico folclore sobre elas, que as chama de Cunhã-teco-ima, o que quer dizer mulheres à margem da lei ou sem lei.

Elas viviam completamente isoladas, só mantendo contatos esporádicos com homens.

Em certas épocas do ano estas mulheres belas e guerreiras celebravam suas vitórias sobre o sexo oposto. Neste dia, uma grande festividade era organizada e elas desciam do monte onde viviam até o lago sagrado denominado "Yaci Uarua" (Espelho da Lua).

Durante à noite, quando a Lua deitava sobre o espelho da água, as Amazonas mergulhavam nela com seus corpos fortes e morenos. Após este ritual de purificação e limpeza, estas deusas da Lua clamavam pela Mãe do Muiraquitã. Os estudiosos folcloristas identificaram esta entidade como uma fada, mas ela também cabe na classificação de Grande Mãe das Pedras Verdes. Era ela que entregava a cada uma daquelas mulheres uma pedra da cor verde (jade), denominada de "Muiraquitã", onde encontravam-se esculpidos estranhos símbolos. Receberiam-nos ainda moles, porém, logo que saíam da água eles endureciam. Segundo os índios Uaboí, os amuletos eram vivos e para apanhá-los, as índias feriam-se e deixavam cair uma gota de sangue sobre o tipo que queriam. Isso feito, o animal morria e elas se atiravam na água para buscá-los.

Cada nativa trazia em seu pescoço seu talismã propiciatório de proteção material e espiritual. Mas elas também os presenteavam àqueles que seriam os futuros pais de seus filhos. Estes homens eram selecionados para fecundá-las e depois eram mantidas vivas as meninas, que mantinham a continuidade da casta matriarcal das mulheres guerreiras.

As Amazonas foram vistas pela primeira vez pelo padre espanhol Gaspar de Carvajal, cronista da expedição de Francisco de Orellana. Tal encontro ocorreu no lugar exato onde o rio Negro encontra-se com o Amazonas e não foi muito atraente a estada para estes exploradores. Ao chegarem a aldeia das índias, constataram que no centro de uma praça erigia-se um ídolo, que era o símbolo de uma poderosa Senhora, Rainha de uma grande nação de mulheres guerreiras. Uma dúzia de guerreiras investiram contra os espanhóis e tiraram a vida de vários indígenas que os acompanhavam. Carvajal as descrevia como sendo mulheres altas, belas, fortes, de longos cabelos negros, tez clara e que andavam totalmente despidas, com arcos e flechas e guerreavam como dez índios.

Esta descrição nos remete à um coração de uma caçadora também solitária, Ártemis. Estas mulheres índias representam o arquétipo mais puro e primitivo da feminilidade. Foram deusas nativas que santificavam a solidão, a vida natural e primitiva a qual todos nós podemos retornar quando acharmos necessário a busca de nós mesmos. Como Ártemis, elas possuem um amor intenso pela liberdade, pela independência e pela autonomia. Um amor que pode transparecer como agressão, pois elas sempre irão lutar para preservar sua liberdade.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Brighid


“Brighid do cabelo entrelaçado, Brigit dos mantos,
Brigit das Fontes, Brigit dos bardos,
Chama da inspiração,

Deixa que me aproxime de ti
através da bruma,
através do Fogo,
através das plantas,
através das Fontes proFundas e abundantes.
Deixa-me ser, por ti, triplamente honrado(a),

com ideias, visões, palavras.
Simples melodia que penetra nos ouvidos.
Traz a chama da inspiração para o meu coração,

Para o meu corpo e para a minha mente.

Para que eu possa louvar com habilidade.”

domingo, 2 de março de 2008


Urvasi e Pururavas
Certa feita existiu um rei que se chamava Pururavas. Ele era um rei muito virtuoso, e era muito bem conhecido por sua bondade e generosidade. Ele era, também, muito gracioso e muito respeitado por seu amor e bondade. Uma vez o rei encontrou uma Aspara no céu, chamada de Urvasi. Mitra e Varuna estavam desagradas com Urvasi, então ela deixou os céus, e desceu a Terra para morar como rei Pururavas.

Urvasi era muito linda, e encantadora; o rei tinha um profundo amor por ela. Da mesma maneira, a Apsara caiu de amor pelo rei, por ele ser o homem mais bravo e formoso do reino.

Certa feita Pururavas disse para Urvasi: “Leal donzela, eu a amo do fundo do meu coração, eu te imploro para me dares amor em retorno”. Urvasi enrubesceu, e olhou docemente para baixo em sinal de modéstia. Ela confessou que estava muito apaixonada pelo rei. Então ela prometeu casar-se com ele, se ele observasse duas condições. “Quais são estas condições?”, Perguntou ou rei Pururavas. “A primeira”, disse Urvasi, “meus carneiros deverão ficar comigo. Eu possuo dois deles, e os amo como se eles fossem meus próprios filhos. Eles deverão estar sempre próximo de mim, tanto de dia como de noite”.

O rei concordou com esta condição. “Minha segunda condição”, disse Urvasi, “é que nós devemos sempre nos despedir na escuridão da noite. Se eu vir você sem suas roupas do dia, o infortúnio irá seguir-se certamente”.

O rei concordou com esta segunda condição também. Então o rei e a Aspsara casaram-se, e viveram juntos em grande felicidade. Quanto mais um conhecia o outro, mais queridos se tornavam uns dos outros. Nesta felicidade maravilhosa, Urvasi esqueceu-se que não era uma mortal. Ela não tinha vontade de retornar aos céus, porque estava muito feliz vivendo uma vida na Terra.

Mas outras Apsaras e os cantores (Gandharvas) da corte de Indra sentiram a falta de Urvasi. Eles estavam entediados pela falta dela na corte do semideus Indra. Eles tinham conhecimento do acordo entre Urvasi e o rei Pururavas. Então eles elaboraram um plano para que o rei quebrasse o acordo, então Urvasi retornaria para os céus, e tomaria seu lugar na corte de Indra.

Eles enviaram, então, Viswavasu para levar o plano deles adiante. Ele chegou de noite no quarto de Pururavas e Urvasi, de forma secreta, e furtou um dos carneiros. Tão logo o Gandharva pegou o carneiro, ele baliu, e isso despertou Urvasi. “Quem está furtando meu filho?”, ela chorou, despertando. “Onde está meu marido; será que ele permitirá que meu carneiro seja furtado?”;

O rei ouviu os apelos de Urvasi chorando, mas não ousou sair de sua poltrona e perseguir o ladrão. Se Urvasi o visse, algum infortúnio deveria ocorrer por sobre ele. Mas a noite estava muito escura. Ele pensou, “Como ela poderá me ver”; “Não há nenhum vislumbre de luz”. Então o Gandharva furtou o segundo carneiro, e ele baliu alto pedindo ajuda. Então Urvasi gritou: “Que utilidade tem um marido para mim? Ele não me ajuda a quando meus carneiros estão sendo furtados!”

Então Pururavas pulou da sua poltrona, e pegou a sua espada, a começou a lutar com o ladrão, pedindo para ele parar, gritando em voz alta. Naquele momento, o Gandharva causou um flash rápido dentro do quarto, e tudo pareceu claro. Urvasi estava olhando na direção do rei, e ela o viu com suas roupas noturnas. O acordo havia sido quebrado, então Urvasi desapareceu.

O Gandharva largou os carneiros, mas estes também sumiram. Pururavas ficou sozinho no seu quarto, e a poltrona onde estava a sua esposa estava vazia.

O rei ficou muito infeliz. Onde teria ido Urvasi? Ele então deixou o seu palácio e vagueou pela face da Terra a procura de Urvasi. Ele estava sempre infeliz com a perda de Urvasi.

Nas suas caminhadas, o rei chegou a Kurukshetra, e então viu Urvasi. Ela estava brincando com outras Apsaras celestes no lago, maravilhosamente linda com lótus. Ele correu para ela chorando, “Urvasi, minha esposa, volte para este triste marido, retorne para Pururavas!”. Então Urvasi disse para o rei, “Não se aborreça mais, ó magnífico rei. Volte daqui a um ano, e eu irei dar a você um filho”.

No prazo estabelecido, o rei retornou a Kurukshetra, e novamente encontrou-se com Urvasi. Ela deu a ele o primeiro filho, cujo nome era Ayus. Então ela banhou o filho e pediu para que o rei voltasse dali a um ano, outra vez.

No final do segundo ano, Pururavas novamente se encontoru com Urvasi em Kurukshetra, e Urvasi deu a luz mais um filho para o rei. Banhou a criança, entregou para o rei, e disse que ele voltasse no ano seguinte.

Ano após ano, por cinco anos, o rei foi até Urvasi, e cada vez que a via ela lhe dava um filho. Ele jamais deixou de amá-la, e sempre tinha a esperança de que um dia ela voltaria para ela.

Quando Pururavas viu Urvasi pela quinta vez, ela disse-lhe: “Os Gandharvas estão agradados por você, Pururavas. Eles desejam conceder-lhe uma benção. Diga o que você deseja”.

O rei, então, respondeu. “Meus inimigos estão destruídos; eu tenho amigos, exércitos e riquezas. Há apenas uma coisa que eu não posso obter, é você minha Urvasi. Meu pedido, de bênção, é para permitir que eu viva na mesma região que você, minha amada!”.

Tão logo o rei disse seu desejo, os Gandharvas rodearam-no. Eles trouxeram um vaso de fogo e disseram: “Pegue este fogo, e, de acordo com as instruções dos Vedas, divida-o em três partes. Então mantenha o desejo de estar com Urvasi. Faça a oferenda para os Deuses, e você irá alcançar o que deseja”.

O rei pegou o vaso de fogo, e partiu com ele. Ele foi até a floresta, e então começou a pensar: “Como eu sou tolo! Eu peguei este vaso de fogo com os Gandharvas. Por que eu não peguei Urvasi?” Ele colocou o vaso de fogo no chão e foi para o seu palácio.

No meio da noite ele despertou, e pensou: “Como eu fui tolo, deixando o vaso de fogo na floresta” Depois de tudo, eu recebi um presente dos Gandharvas, que me queriam bem. “Eu voltarei até lá, e trarei o fogo para casa”.

Então ele ergueu-se rapidamente da sua poltrona, e voltou à floresta a procura do caso. Quando ele chegou no local, ela não pode encontrá-lo. Ele tinha sumido. Onde havia deixado o vaso estava uma jovem árvore Aswattha, que tinha crescido junto com uma planta Sami. Assim que ele viu as duas plantas jutas, ele pensou: “Eu irei produzir fogo novamente, esfregando estas duas plantas. Então eu irei adorar o fogo”. Pegou as duas plantas e retornou para o seu palácio.

Ele recitou as silabas dos versos sagrados, e cortou as plantas em forma de lenha, uma polegada para cada silaba dos Mantras. Então ele esfregou as varinhas juntas, tão logo pegaram fogo, surgiu uma fumaça, e logo veio a chama. Tendo feito o fogo, ele dividiu em três partes, e fez as oferendas para os deuses, e fixou a sua mente em reunir-se com Urvasi. Pururavas realizou o sacrifício e alcançou o lugar entre os Gandharvas. E também encontrou Urvasi entre eles. Desde então, Pururavas ficou sempre com Urvasi, sem temer qualquer infortúnio, sendo perfeitamente feliz. Nunca mais Pururavas e Urvasi separaram-se de novo.

o mito de Narciso


Narciso era filho do deus-rio Cephisus e da ninfa Liriope, e era um jovem de extrema beleza. Porém, à despeito da cobiça que despertava nas ninfas e donzelas, Narciso preferia viver só, pois não havia encontrado ninguém que julgasse merecedora do seu amor. E foi justamente este desprezo que devotava às jovens a sua perdição. Pois havia uma bela ninfa, Eco, amante dos bosques e dos montes, companheira favorita de Diana em suas caçadas.Mas Eco tinha um grande defeito: falava demais, e tinha o costume de dar sempre a última palavra em qualquer conversa da qual participava. Um dia Hera, desconfiada - com razão - que seu marido estava divertindo-se com as ninfas, saiu em sua procura. Eco usou sua conversa para entreter a deusa enquanto suas amigas ninfas se escondiam. Hera, percebendo a artimanha da ninfa, condenou-a a não mais poder falar uma só palavra por sua iniciativa, a não ser responder quando interpelada. Assim a ninfa passeava por um bosque quando viu Narciso que perseguia a caça pela montanha. Como era belo o jovem, e como era forte a paixão que a assaltou! Seguiu-lhe os passos e quis dirigir-lhe a palavra, falar o quanto ela o queria... Mas não era possível - era preciso esperar que ele falasse primeiro para então responder-lhe. Distraída pelos seus pensamentos, não percebeu que o jovem dela se aproximara. Tentou se esconder rapidamente, mas Narciso ouviu o barulho e caminhou em sua direção: - Há alguém aqui? - Aqui! - respondeu Eco. - Narciso olhou em volta e não viu ninguém. Queria saber quem estava se escondendo dele, e quemera a dona daquela voz tão bonita. - Vem - gritou. - Vem! - respondeu Eco. - Por que foges de mim? - Por que foges de mim? - Eu não fujo! Vem, vamos nos juntar! - Juntar! - a donzela não podia conter sua felicidade ao correr em direção do amado que fizera tal convite. Narciso, vendo a ninfa que corria em sua direção, gritou: - Afasta-te! Prefiro morrer do que te deixar me possuir! - Me possuir... - disse Eco. Foi terrível o que se passou. Narciso fugiu, e a ninfa, envergonhada, correu para se esconder no recesso dos bosques. Daquele dia em diante, passou a viver nas cavernas e entre os rochedos das montanhas. Evitava o contato com os outros seres, e não se alimentava mais. Com o pesar, seu corpo foi definhando, até que suas carnes desapareceram completamente. Seus ossos se transformaram em rocha. Nada restou além da sua voz. Eco, porém, continua a responder a todos que a chamem, e conserva seu costume de dizer sempre a última palavra. Não foi em vão o sofrimento da ninfa, pois do alto, do Olimpo, Nêmesis vira tudo o que se passou. Como punição, condenou Narciso a um triste fim, que não demorou muito a ocorrer. Havia, não muito longe dali, uma fonte clara, de águas como prata. Os pastores não levavam para lá seu rebanho, nem cabras ou qualquer outro animal a freqüentava. Não era tampouco enfeada por folhas ou por galhos caídos de árvores. Era linda, cercada de uma relvaviçosa, e abrigada do sol por rochedos que a cercavam. Ali chegou um dia Narciso, fatigado da caça, e sentindo muito calor e muita sede. Narciso debruçou sobre a fonte para banhar-se e viu, surpreso,uma bela figura que o olhava de dentro da fonte. "Com certeza é algum espírito das águas que habita esta fonte. E como é belo!", disse, admirando os olhos brilhantes, os cabelos anelados como os de Apolo, o rosto oval e o pescoço de marfim do ser. Apaixonou-se pelo aspecto saudável e pela beleza daquele ser que, de dentro da fonte, retribuía o seu olhar. Não podia mais se conter. Baixou o rosto para beijar o ser, e enfiou os braços na fonte para abraça-lo. Porém, ao contato de seus braços com a água da fonte, o ser sumiu para voltar depois de alguns instantes, tão belo quanto antes. - Porque me desprezas, bela criatura? E por que foges ao meu contato? Meu rosto não deve causar-te repulsa, pois as ninfas me amam, e tu mesmo não me olhas com indiferença. Quando sorrio, também tu sorris, e responde com acenos aos meus acenos. Mas quando estendo os braços, fazes o mesmo para então sumires ao meu contato. Suas lágrimas caíram na água, turvando a imagem. E, ao vê-la partir, Narciso exclamou: - Fica, peço-te, fica! Se não posso tocar-te, deixe-me pelo menos admirar-te. Assim Narciso ficou por dias a admirar sua própria imagem na fonte, esquecido de alimento e de água, seu corpo definhando.... Assim o jovem morreu. As ninfas choraram seu triste destino...No lugar onde faleceu, entretanto, as ninfas encontraram apenas uma flor roxa, rodeada de folhas brancas. E, em memória do jovem Narciso, aquela flor passou a ser conhecida pelo seu nome.

ECO



Um filho e seu pai caminhavam pelas montanhas. De repente, seu filho cai, se machuca e grita: - Ai! Para sua surpresa, escuta uma voz que repete, em algum lugar da montanha: - Ai!

Curioso, pergunta: - quem és? Recebe como resposta: - quem és?

Contrariado, grita: - não te escondas e mostra a cara! e escuta a resposta:

- não te escondas e mostra a cara!

O pai sorriu e lhe disse: - filho, presta atenção. Então ele grita: - és um campeão! A voz responde: és um campeão!

O menino fica surpreso e não entende. Então lhe explica o pai:

- As pessoas chamam a isso "eco", porém é mais que isso. Na realidade, isso é a vida. Ela dá de regresso tudo o que tu dizes ou fazes. Nossa vida é um reflexo de nossas ações. Se queres mais amor no mundo, cria mais amor em teu coração. Se queres mais capacidade em tua equipe, desenvolva sua capacidade. Tua vida não é uma coincidência, e sim uma conseqüência de ti mesmo.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008


O espírito das plantas

O Espírito das plantas vem a mim
Na forma de uma verde donzela que dança

Os seus olhos me enchem de paz, sua dança me enche de encanto

O Espírito das plantas vem à mim

E me abençoa com sua grande paz